Vote (por Fred Mendelski -12/09/2008)
Você é daqueles que quando alguém te diz que tem um candidato e pede seu voto você dispara a piadinha “E o que ele vai me dar em troca?”. Pare e pense! Essa piadinha não tem a menor graça. E pior, nós que somos a elite (classe média e classe média alta) somos formadores de opinião sim. A grande massa que não teve o mesmo acesso à educação que tivemos acaba se espelhando nos nossos atos e reações. Então o que pra gente é uma piada, para eles acaba virando fato, realidade. “Uma andorinha só não faz verão”, mas se cada um fizer sua parte, com certeza teremos uma grande revoada. Só peço isso: faça a sua parte. Na pior das hipóteses, ao menos sua mente estará tranquila.
Mais uma vez as eleições estão se aproximando. Não sou candidato a nada (exceto a uma vaga na casa do BBB, mas isso é outra história) e nem sou cabo eleitoral de ninguém, mas queria compartilhar algumas idéias com você. Esse ano vamos eleger além de nosso prefeito, a câmara de vereadores. Você já escolheu seu candidato? Ainda não? Então está na hora. Não falo aqui do candidato a prefeito, mas pergunto sobre seu candidato a vereador. Se você pensa “Ah, tanto faz!” te afirmo que não é bem assim. Repetindo o velho jargão, “numa democracia, a maior arma é o voto”. E é mesmo! Nós é que não sabemos utilizá-la. Os vereadores são os políticos mais próximos de nosso dia-a-dia e são aqueles que mais podem fazer a diferença, melhorando a nossa vida. Temos exemplos de várias cidades, como Curitiba e Nova Iorque, para citar apenas duas, que têm uma administração excelente. Por que não tentar mudar aqui?
É importante entender que melhorar a nossa vida não é uma coisa que percebemos de forma direta. Por exemplo, a melhoria do transporte público facilita também a vida de quem anda de carro ou taxi, pois reduz o trânsito de forma geral. Uma melhora na educação de base e segurança nas favelas afeta a vida de todos, pois quando se melhora a vida dos menos abastados, se reduz as diferenças sociais e também os conflitos que essa diferença causa.
Você sabia que para um projeto criado por um vereador ir a plenário, ou seja, ir para votação na câmara é necessário que seja aprovado antes por uma comissão com assinatura de no mínimo 10% dos vereadores? Isso, aqui no Rio, significa 5 assinaturas. E muitos projetos não vão a plenário porque não se consegue esse mínimo de assinaturas. Uma vez em votação no plenário, o projeto é divulgado pela imprensa e podemos acompanhar mais facil e claramente o seu andamento. Mas projetos que são importantes e críticos não conseguem nem mesmo chegar nesse estágio. Por quê? Porque muitas vezes contraria a vontade e objetivos dos representantes que nós elegemos.
Acho importante que os candidatos apresentem suas propostas, projetos e etc. Mas mais do que apresentar novos projetos, precisamos de representantes que analisem as pilhas de projetos que já foram elaborados em gestões anteriores e os façam evoluir. Há uma lista imensa de projetos e idéias para melhorar, por exemplo, a circulação viária (mas o lobby das empresas de transporte público consegue deixá-los às moscas). O mesmo se aplica para projetos na área de segurança (aí temos os milicianos e seus protegidos), saúde, educação e tudo o mais. Precisamos que as engrenagens andem e não que novos projetos sejam criados e engavetados.
Vamos ser conscientes na hora de votar. Não defendo as ideologias de direita, esquerda, centro, liberais, conservadores, pois hoje em dia não é nem essa a discussão. O ponto principal é o caráter, honestidade e integridade dos candidatos. Se você nunca se interessou por política e acha isso muito chato, faça uma forcinha apenas nesse ano. Tente se informar na sua região, no seu bairro, quem são as pessoas que realmente fazem a diferença. E não se engane com aqueles que trazem benefícios imediatos como uma reforma de pracinha, melhoras numa escola. Tente descobrir quem é que realmente se dedica e se preocupa com a população. È dificil? Pode ser... Mas se você não tomar esse desafio de encontrar um bom candidato, ficaremos mais 4 anos apenas nos lamentando. Dedicar dois ou três dias nessa busca não é uma perda de tempo. Quando você vai escolher a escola para seus filhos, você não dedica um tempo para ver qual oferece a melhor estrutura? Então porque não dedicar esse mesmo tempo para escolher quem realmente pode fazer a diferença para a nossa vida?
Vamos trazer a discussão da política para os encontros com amigos. O debate é sempre enriquecedor. Se durante as olimpíadas todos discutiam as conquistas e perdas de nossos atletas, se todos acompanhavam as provas de madrugada ou corriam para ver os resultados de manhã, porque não dedicar o mesmo tempo por essa causa? A nossa mentalidade de que “não adianta” é que não adianta.
Espero ter alimentado uma fagulha na mente de cada um que leu esse texto. E peço que repasse, divulgue, publique, compartilhe também com seus amigos. Vamos fazer a diferença? Se nunca tentarmos, nunca saberemos se poderia ser diferente.
Comentários
Postar um comentário
Por favor deixe aqui seu comentário