Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho (livro)

Humberto de Campos (ou Irmão X, como passou a assinar posteriormente seus escritos), traz, através da psicografia de Chico Xavier, esse interessante relato de como o Brasil foi escolhido para ser a nova pátria do Evangelho e como os Espíritos benfeitores, guiados por Jesus, auxiliaram na trajetória, desde antes do descobrimento até a proclamação da República, passando pela vinda da família real, a independência, o Império e libertação dos escravos. O livro, escrito no início do século XX não menciona o período pós proclamação da república pois os personagens ainda estavam vivos e não se deseja influenciar o nosso plano e o livre arbítrio de nosso povo. Mas o período retratado é muito bem explicado.

O livro – de poucas páginas e de fácil leitura – traz um breve resumo dos primeiros 400 anos de nossa pátria e mostra como nossa evolução de uma terra habitada apenas pelos indígenas nativos progrediu a partir do descobrimento pelos portugueses e seguiu sua colonização até o momento da instauração da República. Interessante perspectiva, que auxilia-nos a entender o porque de termos evoluído de forma tão mais pacífica do que outras colônias. Tivemos algumas lutas e guerras, mas poucas, se comparadas com a Guerra da Independência dos Estados Unidos ou a luta pelo fim do apartheid naquele mesmo país, sem mencionar as diversas guerras na américa espanhola e o massacre dos povos nativos, muito mais sangrento do que no Brasil.

É também peculiar a explanação do autor sobre a grandeza de nosso imperador D. Pedro II e suas ações, sempre orientadas pela paz e evitando os conflitos. Um período importantíssimo para a evolução e concretização de um espírito nacionalista que nos mantém unidos como um só povo mesmo nas condições continentais em que vivemos.

O titulo do livro faz referência a dois dados: somos o coração do mundo e isso se mostra até mesmo no formato do país e suas fronteiras (mais largo no norte e estreito ao sul), que nos remete a imagem simbólica de um coração, temos as riquezas naturais (água, minerais, florestas) que sustentam boa parte do planeta e fomos também os escolhidos por Jesus para sediar a maior potência do Espiritismo na nossa orbe, pois, à época, éramos uma terra ainda não contaminada pelos sentimentos negativos que invadiam a Europa. A escolha pelos portugueses para serem nossos colonizadores também  foi criteriosa.

Mesmo para quem não é Espírita, não acreditando ou não conhecendo a Doutrina, o livro já é um ótimo resumo histórico dos fatos aqui ocorridos e nos ajuda a lembrar as lições mal aprendidas – as vezes, mal ensinadas – no período escolar. Isso já justifica a leitura!

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